As imagens recentes na Cracolândia, com a expulsão violenta de pessoas do local, são o retrato do completo descaso com a população de rua. A crise humanitária sem precedentes na cidade de SP tem feito o De Braços Abertos voltar a fazer parte do debate público. O programa, criado em 2014 pelo então prefeito Fernando Haddad, foi a primeira ação efetiva de acolhimento aos dependentes químicos que vivem na região central da cidade.
A iniciativa pioneira tinha como base de sustentação oferecer teto, tratamento e trabalho – justamente o que as gestões seguintes deixaram de priorizar. Ao trocar a repressão pelo acolhimento, o DBA mostrou que é possível dar novo sentido à vida de quem parecia estar entregue à própria sorte.
Os números falam por si: em dois anos, entre 2014 e 2016, o programa reduziu em mais de 88% o número de usuários de crack. O programa também fez cair drasticamente o fluxo de usuários de drogas estimada em 80% no local. Também promoveu a queda da criminalidade.
O De Braços Abertos, na verdade, faz parte de um projeto maior que envolveu toda a gestão nas áreas da Saúde e Assistência Social. Em respeito às novas políticas de direitos humanos colocadas em prática na época, foi possível trabalhar a partir de lógica da redução de danos. Isso encerrou um longo período em que morador em situação de rua era tratado como questão de segurança pública. Um erro que todos os prefeitos, depois de Fernando Haddad, voltaram a cometer.
Com o De Braços Abertos, a população de rua, seja dependente químico ou não, foi tratada com dignidade e respeito. Também tiveram os seus direitos como cidadãos garantidos. Este é mais um grande legado deixado pelo agora candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad.
De Braços Abertos em números:
- 88,18% dos beneficiários reduziram o uso de crack;
- 84,7% dos beneficiários reduziram o uso de outras drogas;
- 83,91% estão em tratamento de saúde;
- 52,27% recuperaram contato familiar;
- 80% de redução no fluxo de usuários de drogas na Cracolândia.
Da Redação
