Ana Estela sabia que era uma grande ideia e estava convicta a levá-la adiante. O primeiro a ouvir foi Fernando Haddad. O segundo foi Tarso Genro. O terceiro, Lula. Dito e feito. Aquela ideia mudou a história do país.
Mas voltemos ao ano de 2004. Ana Estela, que na época trabalhava no MEC, recebeu um carta de um estudante que não conseguia pagar a faculdade. “Me perguntei por que as instituições que acabam tendo isenção de impostos por filantropia não oferecem vagas para os jovens. Isso não poderia ser um programa de bolsas?”.
A resposta veio por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni). Esta foi a primeira iniciativa federal voltada a oferecer bolsas de estudo para que pessoas de baixa renda possam cursar uma faculdade privada. Sancionado a partir da Lei nº 11.096 em janeiro de 2005, o programa deu início à maior revolução no ensino superior do país graças também ao trabalho do agora pré-candidato ao governo do Estado Fernando Haddad – naquele ano, ele assumiria o lugar de Tarso Genro no Ministério da Educação.
Uma história que impactou milhões
Hoje, não há duvidas de que Ana Estela, Haddad, Genro e Lula estavam certos: entre 2005 e 2020, o número de estudantes beneficiados pelo Prouni bateu na casa dos 2,8 milhões. Ou seja, uma geração inteira de jovens que só chegou à universidade porque aquela ideia surgida lá atrás foi levada adiante.
Mais do que números, o Prouni também fez nascer a esperança de um Brasil mais justo e inclusivo. “O Fernando estava conversando com alguns jovens um tempo atrás e um chegou e falou “eu sei que vocês já ouviram várias vezes a história do filho do pedreiro que virou engenheiro, mas o que eu vim contar hoje é uma novidade. É que não é só eu que sou filho do pedreiro, virei engenheiro e estou fazendo mestrado, mas agora o meu pai que é pedreiro também vai virar engenheiro”, lembrou Ana Estela, em entrevista ao UOL em dezembro do ano passado.
Da Redação
