Veja as propostas de Fernando Haddad apresentadas durante entrevista ao G1

O candidato do PT ao Governo do Estado de São Paulo, Fernando Haddad, participou nesta terça-feira (23) de entrevista realizada pelo Portal de Notícias G1. Durante uma hora, o petista falou ao jornalista Alan Severiano sobre alianças políticas, de seu legado como prefeito e ministro da Educação, além de apresentar algumas de suas principais propostas para áreas como Saúde, Segurança Pública, privatizações, Educação, Transporte e Mobilidade entre outras.

Vale lembrar que o programa de governo de Haddad já está disponível para ser consultado (clique aqui) e contém propostas para diversas outras áreas.

A seguir, veja o que disse Haddad sobre os seguintes temas:

 

Parceria Público-Privadas (PPPs)

Dependem do setor em que são feitas. Na Habitação é possível usar recurso público para comprar imóveis a baixo custo e revender com subsídios para atrair famílias de baixa renda. No caso do Ceagesp, precisamos primeiro de tudo tirar ele de onde está. Depois, vamos realizar estudos para ver qual o melhor caminho a seguir.

Quando fui prefeito, revi todos os contratos com as Organizações Sociais da Saúde (OSS). Nunca mais contratei por conveniência como faz a atuação gestão. É precisão fazer apenas com critérios técnicos, seja na Saúde ou na Educação – neste setor abri mais de 400 creches por meio de convênios.

Na Educação profissional as parcerias são muito cabíveis. Podemos fazer com o Sistema S como fiz quando fui ministro. Quando lancei o Pronatec, que era uma grande parceria com setor especializado com Educação profissional.

 

Transporte e Mobilidade

Vamos exigir dessas concessionárias a qualidade estabelecida em contrato . A estação não chega onde deveria chegar, vamos cobrar que chegue.

Nas concessões que estão funcionando, vamos realizar melhorias. Antes de criar novos contratos, vamos revê-los. Há muita coisa a ser feita em diversas estações de trem e metrô que está prevista em contrato, mas não está sendo cumprida.

 

Monotrilho

O Estado de São Paulo está com pouca transparência. Estava previsto um monotrilho para o ABC. Doria cancelou o contrato assinado, pegaram um outro contrato e criaram um BRT que não estava previsto no contrato original.

Este modelo não inspira boas práticas. Contratos de concessões de rodovia também há problemas. O privado tem direito de cobrar caro quando faz investimento pesado. Nos vencimentos de contrato de concessões vamos reduzir o valor do pedágio.

 

Combate à corrupção

Quando fui prefeito, no primeiro mês criei a Controladoria Geral do Município. Ela desbaratou a Máfia do ISS, acabou com o contrato suspeitíssimo da Controlar com a Prefeitura, acabou com a Máfia do Sistema Funerário, com a Máfia da Feira da Madrugada e com a Máfia do Túnel Roberto Marinho, que já estava R$ 300 milhões superfaturado. Eu parei a obra com 42 dias de governo.

Vou reproduzir este modelo no Estado. A Controladoria terá status de Secretaria, com funcionários de carreira própria e carta branca para o controlador investigar até o Chefe do Executivo.

 

Segurança Pública

Eu quero introduzir uma política de metas como fiz quando fui ministro da Educação. Todo mundo conhece o Ideb. Vou criar o mesmo padrão na Segurança do Estado. Primeiro lugar vamos discutir o piso da categoria. Defendo um piso mais alto e uma progressão mais gradual. Isso atrai sangue novo para a carreira, como aconteceu na Educação.

Precisamos oxigenar a carreira de policial civil e militar. Depois vamos pensar no nível de inteligência que precisamos ter para reduzir o número de crimes. Vamos discutir com especialistas e com as próprias corporações. O estabelecimento da carreira está definido. A progressão vamos pactuar a forma como será executada.

 

Salário dos professores

Precisamos pensar numa forma de combinar concurso e eleição para eleger diretores pedagógicos que estão praticando melhorias na Educação. Vamos empoderar os diretores das escolas.

 

Cracolândia

O De Braços Abertos depende de três coisas: teto, porque não dá para tratar quem está na rua; referenciar o usuário ao Capes para oferecer tratamento; e uma frente de trabalho. O sucesso foi confirmado por avaliação que não foi feita pela prefeitura.

A internação compulsória na forma da lei quando ele põe em risco a vida dele ou de alguém; quando ele pede internação; ou a chamada redução de danos.

A que dá mais certo é a política de redução de danos. Este modelo tem que ser aplicado em qualquer região que tenha concentração de usuários de álcool ou drogas. Quando a PM deu por concluída a tarefa na Cracolândia; eu questionei a saída, o tráfico voltou. É preciso retomar territorialmente a região.

 

Agricultura

Antes de tudo é preciso valorizar o trabalhador que coloca comida na mesa do trabalhador. O pequeno agricultor. Isso não quer dizer que vamos deixar de lado o grande produtor de culturas como soja.  A gente precisa balancear o uso do território. Não precisamos prejudicar ninguém para fazer o certo.

Se a terra for pública, por que não parcelar e destinar uma parte dela para a produção de alimento humano, aquele que vai para a mesa dos trabalhadores? Vamos balancear a distribuição. Não precisamos prejudicar ninguém para fazer justiça social

 

Impostos

O IPVA já me comprometi a congelar o teto. O Estado precisa de recursos, mas não dá para subir impostos como fez Doria/Garcia durante a pandemia.  Já sobre o ICMS, pode anotar: vamos baixar o imposto dos alimentos. Vou cuidar das finanças do Estado como cuidei da Prefeitura.

 

Saúde

Vamos construir 70 hospitais Dia no Estado; é um equipamento de baixo custo (cerca de R$ 25 milhões); precisa de um médico especialista, exame de imagem e laboratorial; você poupa a hotelaria nos hospitais que é caríssima.

Sobre os hospitais gerais, entreguei o Vila Santa Catarina; o de Parelheiros entregamos quase pronto; e o da Brasilândia paramos a obra a pedido do Governo do Estado. O hospital está lá, mas o metrô não chegou.

Temos a intenção de construir seis hospitais gerais. Com os hospitais Dia eu desafogo os gerais. O sistema de saúde funciona melhor com outras modalidades de equipamentos.

 

Sistema prisional

Grande parte dos presos é provisório. Vamos acelerar o julgamento desses presos. Quem tiver que ficar fica; quem tiver que sair sai. O Estado não pode jogar a responsabilidade apenas no Sistema Judiciário.

 

Cultura

Eu criei SPCine, uma empesa pública de cinena que transformou a capital no centro do audiovisual do Brasil. Vamos capitalizar o SPCine com verba do Estado e ampliar o seu alcance Vamos parar de pensar que Interior é só boi e soja, que não produz conhecimento, pesquisa. Essa é uma visão muito paulistanocêntrica. O estado tem que estar mais integrado do ponto de vista cultural. O interior produzir não só consumir.

 

Habitação 

Precisamos retomar o Minha Casa Minha Vida que além de resolver o problema de habitação, também soluciona o problema do desemprego. A construção civil é um dos setores que mais emprega e só no estado de São Paulo, hoje, temos 500 obras paradas e 300 atrasadas.

 

Da Redação 

 

 

 

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